sábado, 23 de março de 2024

Eu vejo o mundo se movendo enquanto tropeço,
Eu vejo o mundo perdendo a coloração,
Eu vejo o mundo se movendo em câmera lenta
enquanto eu choro.

O mundo continua enquanto fico em um quarto gritando,
chorando e lamentando pela vida que tive e não tive.
E sinto-me caindo enquanto o mundo continua.
Bem eu não posso ser nada além de quem eu sou.

Eu sinto o peso dos meu olhos,
Eu queria ser a sua estrela,
Eu queria que você ficasse,
Eu quis que você ficasse com meu coração, 
mas dessa vez, vou leva-lo.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Há algo que temos que esclarecer.
Estou cansado de andar na linha, 
Estou querendo me libertar de quem eu tenho sido.
Tem um tempo que venho observando
a mim mesmo pela janela e adivinhe!

Não tenho gostado do que estou vendo,
Estou cansado das mentiras e como estou robotizado pelas pessoas,
Não venham me falar como eu deveria ser.
Minha mascara esta quebrando 
E então posso ver o que não vi antes.

Vocês falam que eu deveria parar,
Não, não posso mais.
Sou eu agora que seguro as rédeas do cavalo sangrento.
Estou escrevendo pra me libertar dessa dor.
Desde pequeno eles vem me espetando com ferros e me queimando fogos.

A dor me fez ver o que eu não pude ver.
Ela me liberta como se eu fosse um pássaro preste a voar,
Me ensina a gritar, chorar, implorar. Ela me sufocou.
Caí para o fundo, onde não tem como voar.
Ela me puxa para cores que não tem como enxergar.


Eu quero parar. Mas não posso.







sábado, 18 de novembro de 2023

- 11

Seguir em frente. São belas palavras. Quem disse que é fácil? - Sussurrou ela, com seus devaneios mentais. Sentada na cama, mais uma vez, se pegava pensando: "Como seria seguir em frente", sem sentir as dores do passado que fazia-a ficar cega diante do presente e até mesmo do futuro. A dor da perda foi a última coisa que fez ela se ancorar mais uma vez a um passado que ficava torturando-a dia após dia. Sentia-se perdida, para todo o lugar que olhava, tudo ao seu redor parecia escuro. As escadas que subia, simplesmente não tinham mais degraus a frente para que pudesse continuar a caminhada, ao olhar para trás, via os degraus que já havia subido, eram tantos, que já seria impossivel desce-los, pois não havia sentido descer o que já tinha subido. A lanterna que carregava consigo, estava fraca, tão fraca que a luz mal podia iluminar, fazendo com que a garota sentisse medo do que não podia ver. Haviam várias portas por onde ela poderia passar, umas abertas outras fechadas. Porém, sentia-se tão perdida, e o fato da lanterna não deixa-la enxergar claramente, a fazia ficar com medo, confusa, perdida. Por onde ir? Subir? Descer? Ir pelas portas? Nossa! De tanto questionamento dentro da cabeça dela, começava a sentir aos pouco falta de ar. Ela sabia que respirava, que o ar preenchia seus pulmões, mas o cérebro não colaborava, fazendo com que ela sentisse cada vez mais falta de ar. A lanterna que não funcionava corretamente, apagou-se, o desespero tomou conta do ser que ali presente estava nesse momento de desespero. Sentou-se rapidamente em um degrau, chorou, gritou, sentiu ambos os braços formigarem. No meio desse temporal todo, uma pergunta ecoou em sua mente: "- Vou morrer assim?" 
 O pânico aumentou, puxava o ar com tanta força, que bem no meio do seu peito, sentia o coração palpitar cada vez mais forte, fazendo que ela sentisse uma dor intensa, seus olhos arregalados, suas pupilas mióticas, lágrimas brotavam em seus olhos e logo após veio o berro desesperador. -CHEGAAAA!!! PARA, PARA! -Enquanto chorava, ainda berrava repetidas vezes essas palavras. Sua voz ecoava no silencio do lugar, sua voz depois de tantos berros, estava fraca e roca. 
 Aos pouco foi tomando consciência da situação. O coração voltava ao seu ritmo natural, o corpo não formigava mais, as lagrimas iam diminuindo cada vez mais, o ar podia ser sentindo adentrando ambas as narinas, percorrendo todo o caminho até chegar nos pulmões. Inspirava e respirava repetidas vezes como se estivesse sem folego, até que alguns minutos depois, conseguia fazer a respiração voltar ao normal. 
 Agora ela podia respirar. Sentada ao chão, ainda sentia-se impotente. "-Por que eu?" Voltava a se questionar mais uma vez, em seus pensamentos que agora estavam em um turbilhão de tantas outras perguntas. Não há uma resposta para tantas perguntas que parecem ser repetidas, só que de forma diferentes. Cansada, bateu a lanterna na mão que estava livre, afim de que ela pudesse iluminar algo, nem que seja uma luz fraca. Afinal de contas, a guria sabia muito bem o que era estar no escuro, mesmo que a luz fosse pouca, seria melhor do que nada. 
 Após seu surto psicótico, voltava a si. Se via ainda sentada em sua cama desarrumada...

 

 

sábado, 4 de novembro de 2023

Estou sendo devorada,
De dentro pra fora,
De fora pra dentro.

Não há fonte de vida,
Não há vontade de vida,
Não há pontos de vitalidade.

Tudo secou,
Tudo vazio,
Tudo cinza.

Não consigo levantar,
Não consigo buscar,
Não consigo voltar.



quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Aqui estou eu, envolvido no escuro,
Cantando sozinho para que eu durma.
Lembro-me das promessas,
As que não consigo cumprir.

Eu já não consigo mais chorar
Nem por mim mesmo,
Não há lágrimas que mostre o quanto odeio-me,
Apenas as cicatrizes que me fazem lembrar de quem sou.

Estou rezando para que eu queime,
Para que eu grite até toda a dor acabar,
Quero queimar,
Até todas as mentiras apagarem.

Não faz mais sentido tentar,
Eu fiz tudo o que posso.
Por que tudo tem que cair em cima de mim?
Apenas me deixe sozinho.




Apenas durma,
Por mais longe que eu esteja,
Estou a observar-me sozinho.

Eu sempre vou estar a espera de alguma coisa,
Alguma coisa que me preencha,
Alguma coisa que me cure. Mas há cura?

Eu não consigo esquecer,
Que cada parte de mim,
Sempre vai estar aqui, doente.

Eu sempre vou estar a espera,
Eu sempre vou olhar a procura de algo,
Eu sinto tudo isso correr por mim.

Estou falhando novamente,
Estou caindo dentro de mim mesmo,
Eu vou me afogar.



sexta-feira, 4 de novembro de 2022

 A verdade gira em volta de mim,
Veja bem, estou voltando ao poço.
Agora, estou ouvindo a musica mais solitária que conheço,
Estou caindo.

Onde estou errando?
Por que eu não posso ver?
Estou cansado novamente,
Vou afundando novamente.

Estou me curvando diante de mim mesmo,
Por que não consigo ter o controle?
Estou desistindo novamente...
De mim mesmo.

Como posso subir de volta a partir daqui?
Eu posso continuar?
Eu já passei por isso antes,
Eu sei como vai terminar.

Eu queria as mudanças,
Mas sou pequeno de mais para isso,
Qualquer gravidade me puxa para baixo,
Fraco de mais para continuar, cansado de mais da dor.

Estou na chuva,
Olhando para o passado que parece presente,
Para o presente que parece o futuro.
Estou doente novamente...

Eu não tenho a cura,
Eu não sou a cura,
Eu quero a cura?
Eu posso ser curado?

Deus, porque eu?
Por que é tão difícil...?
Por favor... faça isso ir embora!
Isso só vai embora quando eu morrer enfim?